Itararé - SP, parabéns pelos 132 anos
O município de Itararé faz fronteira de São Paulo com o Paraná e está situado nas terras da antiga fazenda São Pedro de Itararé, fundada em 1847 por Rafael Tobias de Aguiar (1795-1857). O nome da propriedade deriva da povoação que já anteriormente havia no lugar: um arrarial fixado no atual Bairro Velho e que era ponto de pouso e abastecimento dos tropeiros que vinham do Rio Grande do Sul para a feira anual, principalmente, de muares, que se realizava na cidade de Sorocaba.
São Pedro era o santo de devoção da população do lugar e Itararé tem sua origem num grande barreiro chamado de Itararé, que se formava à entrada do vilarejo, por causa de um olho d’água que nascia entre as pedras, e que as tropas tinham de transpor para chegar ao povoado.
Anote-se que em 1827 o célebre pintor naturalista Jean Debret, por ocasião de sua passagem pela região, pintou uma aquarela da barreira. Itararé, que foi freguesia de Itapeva, do qual, aliás, se emancipou já como distrito, é uma palavra tupi, mas que já faz parte do acervo lexical português, herança da língua geral paulista, e designa a água que nasce da pedra ou o curso subterrâneo de um rio, isto é, o sumidouro, o grunado, o escondido, ou como querem os falantes guaranis contemporâneos, pedras borbulhantes, numa alusão aos seixos que fervilham em meio ao regurgitar de uma fonte que aflora na rocha. Apesar de não ser possível decompor, inteiramente, este vocábulo, podemos ao menos identificar a palavra itá, que significa pedra, pedras.
Em tempo e a propósito: Rafael Tobias de Aguiar, em cujas terras nasceu Itararé, à parte sua participação na vida política nacional, chegou a se envolver com a Revolução Farroupilha (1835-1845), do Rio Grande do Sul, onde deixou um legado insólito mas indelével: a cor do cavalo com que se apresentou aos gaúchos - entre preto, vermelho, rosilho, com grandes manchas brancas – por ser, então, inédito nos pampas, acabou impondo uma expressão ainda hoje corrente entre os apreciadores de eqüinos não apenas do Rio Grande, o cavalo tobiano; isto é, todo o cavalo malhado, com manchas brancas, passou a ser designado como sendo igual ao do então brigadeiro Tobias, ou seja, e literalmente, “tobiano”, ou “tubiano”.
Itararé emancipou-se em 28 de agosto de 1893.
Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pgs. 154-155.
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