Talvez, como quer a prefeitura, o nome Mauá advenha mesmo de alguma língua indígena e signifique lugar alto. Este, a propósito, é o significado que o dicionário Melhoramentos registra no capítulo concernente aos Topônimos brasileiros de origem tupi-guarani” e se baseia na afirmação de que os constituintes do topônimo sejam as raízes tupi ma’e (ou mba’e, ou, ainda, ba’e) – coisa, e puã – levantado, erguido. Seria, em suma, como mbya em guarani.

Em Ubatuba, por exemplo, do morro do Corcovado, cuja característica arredondada por sobre as montanhas explicaria o nome em português, se dizia ser Itapuã, ou seja, pedra levantada, de itá – pedra e puã – levantada. Para o caso de Mauá, entretanto, se tais raízes forem aceitas, deve-se consignar a distância entre as formas registradas da raiz (ma’e-puã) e a forma do topônimo (mauã), o que faria supor a origem diversa das variantes tupi conhecidas e aqui consideradas.

De qualquer modo, a denominação não é original; só nasceu em 1883, quando os trilhos da São Paulo Railway chegaram no povoado de Pilar, constituído em torno da capela de Pilar Velho. O nome escolhido para a recém-inaugurada paragem foi Mauá, em inequívoca homenagem ao famoso empresário brasileiro, proprietário e construtor, precisamente, da ferrovia que vai de Santos a Jundiaí, a mesma São Paulo Railway; ou seja, não a uma hipotética expressão indígena, que teria a ver com uma característica local, mas a Irineu Evangelista de Souza, mais precisamente o visconde de Mauá.

Em 1934 é criado o distrito em São Bernardo (atualmente São Bernardo do Campo). Após quase 20 anos (pontualmente em 30 de dezembro de 1953), Mauá se emancipa de Santo André. Quanto ao mais, portanto, a origem, em si, da palavra mauá é realmente ainda um mistério.

Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pg. 184.