Uma onça-pintada passeia ao lado de seu filhote, livre, pela mata. A cena por si só já emociona, mas esta em especial tem um simbolismo ainda maior: a onça é Miranda, resgatada ferida no Pantanal em 15 de agosto do ano passado. Tratada no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), ela se recuperou e foi solta na natureza. Agora, menos de um ano depois, ela mais uma vez é protagonista da resiliência e da diversidade da fauna e flora pantaneira.
O flagrante de Miranda e seu filhote ocorreu no dia 21 de junho por armadilhas fotográficas instaladas pela equipe do projeto Onçafari. O registro foi possível graças ao monitoramento intensivo realizado desde sua soltura, com auxílio de um colar de rastreamento GPS/VHF, que já havia identificado um padrão de toca na região onde ela vive.
Instalado pelo Onçafari em parceria com o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), órgão vinculado à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), o colar coletou dados que apontam excelente estado físico e comportamental do animal silvestre.
Fora isso, o equipamento permitiu ainda observar que ela se movimentava com agilidade, alternando entre longos deslocamentos e pausas estratégicas, indicando comportamento de caça e alimentação autônoma. Agora, com a confirmação do nascimento de seu filhote, é certo que houve sucesso em sua reintegração ao habitat natural, mas também que houve impacto concreto das ações de preservação e cooperação institucionais do Governo de Mato Grosso do Sul.