Em meados do século XVIII, havia duas maneiras de se viajar de Iguape para Xiririca (atual Eldorado), nenhuma das quais muito confortáveis: subir a Ribeira de Iguape (que ainda não era chamado de rio) em frágeis canoas ou batelões impelidos a vara, ou atravessar, a pé ou em lombo de burro, as ínvias picadas do sertão. A viagem durava dias. E, por isso, havia as pousadas, os pontos onde os viajantes pernoitavam, dormindo mal e descansando pouco. O primeiro desses pousos sequer tinha nome. Situava-se às margens dos rios Pariquera-Açu e Turvo, numa planície que era conhecida apenas por “Pousada”.

O lugar destacava-se pelo gracioso porte das guaricanas (provável corruptela da planta palmácea guaricanga), que são palmeiras nativas. Por isso, quando as primeiras casas surgiram junto à Pousada, a aldeia logo ganhou o nome de Guaricana. Nascia, assim, o início do povoamento das terras de Pariquera-Açu, que recebeu este nome apenas em 1830, quando a presidência da então Província de São Paulo, atendendo a um projeto de melhoria agrícola do território criou, próximo à aldeia de Guaricana, o núcleo colonial exatamente com o nome que o município ostenta atualmente.

Pariquera-Açu, que se emancipou de Jacupiranga em 30 de dezembro de 1953, deriva seu nome do rio e significa, em tupi, grande barragem dorminhoca, isto é, de águas plácidas. Pari era um tipo de esteira que os índios, no caso, os carijós, construíram com taquaras para pescar e, no topônimo em questão, está adjetivado pelo verbo kera (dormir), referindo-se, obviamente, à qualidade serena e quieta de suas águas. Usu significa grande.

Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pg. 214.