No século XVIII, o que hoje é o município de Biritiba Mirim era pouco mais que um povoado remoto no sertão, vilarejo de não mais que três casas, sem nome conhecido, constituindo-se numa fazendinha de Moji das Cruzes, parcamente estabelecida num lugarejo a que os tupinambás chamavam, justamente, de Biri-tyba-miri.

Era numa dessas casas que morava a pequena Firmina, uma criança que, conforme reza a tradição, podia ver o futuro, fazer milagres, dentre outras paranormalidades correlatas, e que veio a falecer, prematuramente, em 1790, com apenas oito anos de idade. Tanto seria sua fama, no entanto, que muitos crentes de Moji e Bertioga peregrinariam para lugarejo, sucessivamente, ao longo de quase todo o século XIX, até 1873, quando Benedito Antônio do Espírito Santo, muito devoto, achou por bem doar sua terra em que estava a capela de São Benedito, para que fosse aumentada e, assim, comportasse o grande número de peregrinos que ainda demandavam os milagres da menina.

Como se tratava de um gesto que combinava a fé pessoal com a devoção popular, o ato em si acabou sendo considerado o da fundação do município, já que, a partir daí, o povoado se desenvolveria, e não por casualidade, em torno da igreja. Assim sendo, o nome que era adotado e que provinha dos tupinambás acabou prevalecendo: biri-tyba-miri significa pequeno (miri) ajuntamento (tyba) de biris, que é uma flor branca alaranjada de perfume intenso, muito comum nos matagais da região e que também se conhece por orquídea-do-mato.

Biritiba-Mirim emancipou-se em 28 de fevereiro de 1964.

Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pg. 65.