Botucatu era como os caiovás conheciam a região serrana do centro-sul do Estado e significa, em tupi, bom vento, ar agradável de ybytu – vento, ar e katu – bom. De fato, a altitude relativamente elevada do local, variando entre 756 e 920 metros (o morro do Rubião Júnior é o seu ponto mais alto) e com uma temperatura média em torno dos 22 graus centígrados, justificariam o nome.

No século XVIII, porém, Botucatu era também como se designavam as terras que tinham sido distribuídas em sesmarias no interior paulista e que chegaram a representar um quadro da extensão territorial da capitania de São Paulo. Como a invasão colonial começou em 1830, já em 1855 o povoado seria elevado à categoria de vila, instalada dentro do atual município de Itapetininga.

Os aldeamentos caiovás foram, então, todos desfeitos, inclusive o mais importante deles, situado na atual praça Coronel Moura, perto do caminho sul do Peabiru, um sistema pré-colombiano de trilhas, que interligava toda a América do Sul, de costa a costa. O caminho do sul parece que partia de Piratininga, passava por Cotia, Sorocaba, Itapetininga e Botucatu e chegava até o Paraguai.

Anote-se, finalmente, a presença de yby no vocábulo ybytu, que comparece em outros, como ybyrá (árvore e que faz parte do topônimo Ibirapuera), ybytyra (monte, montanha), ybá (fruta, fruto), e na própria palavra yby (terra, chão, que compõe o topônimo Ibiúna), entre muitos mais, do que se pode concluir que esta palavra serviria para conceituar os designativos dos elementos naturais. Volvendo um pouco, contudo, temos ainda o ‘y que significa rio, água.

Botucatu emancipou-se em 14 de abril de 1855.

Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pg. 69.