Brasileiro pode gerar 16kg de plástico por ano que chega ao oceano, aponta estudo
Os dados do estudo que aponta que cada brasileiro pode gerar, em média, 16kg de plástico por ano que vão parar no oceano foram debatidos na terça-feira (11) durante o evento Diálogos da Cultura Oceânica, realizado em Santos (SP). O painel ‘Do diagnóstico à prevenção: desafios para o combate ao lixo no mar’, contou com a participação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio da Coordenação-Geral de Oceanos, Antártica e Geociências (CGOA).
A pasta ministerial é o ponto focal do Brasil para a ’Década das Nações Unidas de Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável’. Entre os desafios da Década está compreender os principais problemas e encontrar soluções para mitigar a poluição, os fatores de estresse dos ecossistemas oceânicos e como restaurar a sua biodiversidade.
Realizado entre julho de 2021 e abril deste ano, estudo estima que 3,44 milhões de toneladas de plástico, ou seja, cerca de 1/3 do plástico produzido em todo o Brasil, podem chegar ao oceano. Segundo os dados, mais da metade dos municípios brasileiros podem deixar escapar 100 toneladas de resíduos plásticos por ano no oceano. Capitais e grandes cidades são as mais propensas para que isso ocorra. Zonas costeiras e os rios amazônicos despontam como as regiões com maior risco de levarem a poluição plástica para o oceano.
A pesquisa, encomendada pelo Blue Keepers - projeto ligado à Plataforma de Ação pela Água e Oceano do Pacto Global da ONU no Brasil -, foi realizada em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP). Os detalhes da pesquisa estão disponíveis no sumário executivo.
O diagnóstico sobre as fontes de escape e o risco de entrada de resíduos plásticos para o oceano no Brasil foi ponto de partida para o debate que se seguiu. Especialistas acerca do tema que atuam na administração pública e no setor privado discutiram os desafios locais e globais de combate ao lixo no mar, além de abordar o cenário atual e possíveis ações coletivas e efetivas para resolução do problema.
Eles destacaram a importância de diagnósticos como esse, que permitem traçar rotas, fomentar políticas públicas e mobilizar os diversos atores que precisam se envolver com o problema do plástico no mar: academia, governos, setor privado e terceiro setor. Os especialistas também destacaram que é preciso analisar os sistemas e cultura municipais de coleta de resíduos e mapear os atores-chave dessa cadeia.
Ação nacional de contingência para o lixo no mar - Durante o debate, a coordenadora-geral de Oceano do MCTI destacou a necessidade de que seja criado uma ação nacional de contingência para o lixo no mar. Desde 2020, o MCTI tem lançado uma série de iniciativas para a pesquisa e proteção do oceano. Foram R$175 milhões em investimentos somando as 15 chamadas de pesquisa, incluindo o edital para seleção de projetos de pesquisa para combater o lixo no mar. A pasta também criou neste ano um fórum de assessoramento Rede Oceano Sem Plástico. Os 25 especialistas brasileiros que integram o comitê subsidiarão a pasta ministerial na definição de prioridades, na articulação e na integração dos esforços de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico sobre os temas relacionados à prevenção e à mitigação da poluição do meio ambiente por plástico e seus subprodutos, em especial ao longo do litoral brasileiro e por instituições que operaram na ciência, tecnologia e inovação.
Além do MCTI, participaram do debate o coordenador da Cátedra da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) para Sustentabilidade do Oceano, o coordenador de Planejamento Ambiental - CPLA/SIMA, o secretário de Meio Ambiente do município de Santos, a coordenadora do Programa Plásticos Circulares nas Américas (CPAP) e um representante da Voz dos Oceanos.
O Diálogos da Cultura Oceânica vai até sábado (15). O evento é organizado pelos programas Cultura Oceânica para Todos, da UNESCO, e Maré de Ciência, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); e pela Prefeitura Municipal de Santos. E conta com o apoio institucional do MCTI e outras instituições.
Confira a íntegra da programação do Diálogos da Cultura Oceânica aqui.
Por: Governo Federal do Brasil
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