Embu das Artes - SP, parabéns pelos 66 anos
Sobre a origem deste município, sabe-se que no século XVI alguns guaranis de Itanhaém subiram a serra e levantaram um pequeno aldeamento às margens do rio Embu-Mirim, sob a tutela dos jesuítas. Como corria o ano de 1554 e era cada vez maior número de portugueses, espanhóis e franceses que, anualmente, desembarcavam no litoral brasileiro à cata de pau-brasil, algumas tribos lograram certos acordos com os aventureiros: assim, os franceses se tornariam aliados dos tupinambás; eles dominavam a região que ia aproximadamente de Caraguatatuba, em São Paulo, a Cabo Frio, no Rio de Janeiro. De São Sebastião para baixo, porém, onde se situavam os tupiniquins, que se ligaram aos portugueses, chegou-se a um acordo de paz estabelecido entre João Ramalho, Martim Afonso de Souza (1500-1571) e Tibiriçá, chefe dos guaianazes. Por esse tratado, os novos colonos que chegassem da Europa ficavam impedidos de subir a serra, o que aumentaria em muito a população e a exploração portuguesas no litoral.
Dessa forma, contudo, os guaranis acabaram entre a cruz e a espada. E, no caso, venceu a cruz, como é sabido. Além de catequizar, o que os jesuítas pretendiam era criar pequenos núcleos autossuficientes e, em teoria, sob um regime comunitário, como nas missões do Sul. Deste modo, em 1690, iniciou-se a construção da Igreja do Rosário e o povoado já contava com algumas pequenas fazendas e sítios, onde se plantava mandioca, legumes e algodão, em terras que Fernão Dias (tio de Fernão Dias Paes Leme, o “Caçador de Esmeraldas”) e Catarina Camacho, em testamento de 1624, já haviam confirmado como “santas”, e, portanto, intocáveis para outros que não os padres. A partir daí, nada de estranho que no altar da igreja do Embu haja, até hoje, uma imagem da Nossa Senhora do Rosário, feita em terracota pelo padre Belchior de Pontes.
Conjetura-se que tenha começado, então, juntamente com os excelentes artesões, que eram os guaranis, a vocação artesanal e artística que viria a se desenvolver no povoado de Nossa Senhora do Rosário de M’Boy, e que começaria a ter certa nomeada com os artesões santeiros do século XIX. É o início de uma tradição que passaria por Cássio de M’boi, ceramista de importância na Semana de 1922, e Sakai de Embu, também renomado como artesão da cerâmica, aprendiz de Cássio e responsável pela presença, em Embu, do pintor e poeta pernambucano Solano Trindade, ainda em meados da década de 1960. Isso, sem mencionar os hippies, que, na época, convidados pelos artistas locais a se estabeleceram no município, principalmente a partir de 1960, criariam a famosa Feira de Artes e Artesanato de Embu.
Embu significa, em tupi, rio da cobra, de mboîa (cobra) e ‘y (rio, águas) e se refere ao atual rio Embu-Mirim, que, de fato, é muito sinuoso, à maneira do movimento de cobra. O território de Embu, ao se emancipar de Itapecerica da Serra, assumiu parte de Cotia e de Itapecerica da Serra.
Embu das Artes emancipou-se em 18 de fevereiro de 1959.
Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pgs. 107-108.
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