Grupo discute a mitigação dos impactos decorrentes das manchas de óleo no Litoral do Ceará
Na tarde desta segunda-feira (31), Grupo de Articulação Interinstitucional, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema), realizou reunião virtual para tratar sobre o surgimento das manchas de óleo no Litoral do Ceará. O encontro reuniu 120 pessoas. Participaram representantes de órgãos de defesa do meio ambiente, saúde e defesa civil, das esferas, federal, estadual e municipais, pesquisadores da universidade, ONGse outros. Na pauta, a situação das praias cearenses e o alinhamento para o estabelecimento de protocolos e medidas mitigadoras e protetivas.
“Esta é uma reunião aberta, um esforço integrado, para juntos, enfrentarmos o aparecimento de óleo nas nossas praias”, disse o titular da Sema, Artur Bruno. Em seguida, o Comandante da Capitania dos Portos do Ceará, Capitão Anderson Pessoa Valença informou que a Marinha está fazendo o monitoramento e a coleta de materiais e desde ontem, aparentemente, não tem chegado novos vestígios de óleo. “A partir da limpeza, não foram mais encontradas manchas de óleo. Só no Porto das Dunas, em Aquiraz, ainda tem remanescentes dos poluentes porque a prefeitura ainda não fez a limpeza”, relatou.
Destinação dos resíduos
O Ibama também se pronunciou. O técnico Rafael Moraes informou que o órgão tem trabalhado no monitoramento do Litoral Leste, onde as manchas se concentraram, e nos dias 27, 28 e 29 realizaram vistorias. “Assim que fomos informados, logo nos organizamos para sair em campo e encontramos vestígios de óleo do Aracati até Fortaleza”, disse. Ele fez questão de lembrar a importância de viabilizar o armazenamento do óleo recolhido para evitar qualquer tipo de poluição secundária.
Sobre esse tema, a Gerente de Análise e Monitoramento, Liliane Lira, da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), explicou sobre a importância da logística para a destinação adequada dos resíduos coletados. “Temos 18 tambores de 200 litros para armazenar corretamente o material que será encaminhado para a cimenteira Apodi”, explicou. A Semace ainda pode disponibilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPI). “Temos luvas e botas para as prefeituras”, informou.
O pesquisador Rivelino Cavalcante, da Labomar/UFC, contou que avaliou as areias das áreas atingidas pela poluição, da Praia da Sabiaguaba até Canoa Quebrada, e observou que se trata de um material diferente, sem odor e sem umidade. “Pode ser um material que estava preso em algum local e se soltou”, supõe. A água também foi analisada. Ele fez questão de destacar que os resíduos se apresentam em pequenos pedaços, “um material muito pequeno, de fácil dispersão, ao ponto que a população muitas vezes nem o percebe o poluente, o que é perigoso”.
Origem dos poluentes
A representante da Universidade Estadual do Ceará (UECE), pesquisadora Ana Lúcia Eufrásio, disse que ao tomar conhecimento do ressurgimento de óleo nas praias do Ceará, logo enviou uma equipe para visitar quatro locais: Porto da Dunas, Sabiaguaba, Fortim e Praia do Cumbe.De acordo com Eufrásio, no Fortim,a chegada de óleo “não é tão significativa e muito menos atingiu as falésias, já no Porto da Dunas, a quantidade de poluentes foi maior e mais visível”. No local foram coletadas muitas amostras.Com relação a Sabiaguaba, ela demonstrou preocupação com a possibilidade de entrar óleo no Rio Cocó, através do Estuário.
Ana Eufrásio tem uma teoria para o aparecimento do óleo. Ela lembrou que o tsunami produzido pela erupção do vulcão submarino em Tonga, no sul do Pacífico, provocou alterações na costa brasileira, com um aumento do nível do mar registrado poucas horas após o evento. “Essa é uma informação que devemos considerar”, afirmou. Já o coordenador do programa Cientista Chefe da Sema e Semace, Luís Ernesto, disse que já tem uma hipótese de onde o óleo está vindo. “Em breve traremos as informações sobre essa origem”, revelou.
Plano Estadual de Contingência
Ernesto destacou que os 20 municípios da linha de costa foram alertados sobre o aparecimento das manchas e todos estão recebendo o apoio direto do Governo do Ceará, por meio do programa Cientista Chefe. “O Plano Estadual de Contingência está em desenvolvimento e o mesmo faz parte da Política de Gerenciamento Costeiro do Ceará”, informou. Na ocasião, o pesquisador Eduardo Lacerda, integrante da equipe Cientista Chefe Meio Ambiente, apresentou a estrutura do Plano Estadual de Contingência que está sendo elaborado sob a coordenação dele.
Em Icapuí, de acordo com Maurício Barbosa, as manchas de óleo não apareceram por lá. “Fizemos um monitoramento e não avistamos nada”, disse. A gerente da Célula de Saneamento, Recursos Hídricos e Gestão da Orla, Marina Rocha, da Prefeitura de Fortaleza, também participou da reunião. Ela informou que o órgão realizou uma vistoria na Praia do Futuro e na Sabiaguaba. “Amanhã, vamos fazer uma força tarefa para a limpeza”, disse.A representante do Instituto Verde luz, Liana Queiroz informou que não houve registro de animais oleados.
Como encaminhamento ficou definido:a limpeza das praias está sendo feita pelos municípios e pode contar com a participação dos integrantes do programa Agente Jovem Ambiental (AJA); a Semace, sob a coordenação da Gerente de Análise e Monitoramento, Liliane Lira, ficará à frente da logística de recolhimento e destinação dos resíduos poluentes; a Semace se dispôs também, a fornecer EPIs e mobilizar outros órgãos para aquisição de mais equipamentos de proteção individual. Finalizando o secretário Bruno lembrou que o problema do aparecimento das manchas de óleo se concentrou na quarta, quinta e sexta-feira. Ontem e hoje, os poluentes já não foram mais avistados, no entanto, “todos devem continuar em alerta para a situação”.
Saiba mais
As manchas de óleo apareceram dia 25 de janeiro na Praia de Canoa Quebrada, em Aracati, no Ceará. Dia 26, também foram registradas manchas em outras 11 praias do litoral cearense: Prainha, Iguape e Porto das Dunas, em Aquiraz; Canto da Barra, em Fortim; e Prainha do Canto Verde, em Beberibe. E na manhã do dia 27, os vestígios de óleo também foram encontrados na Praia do Futuro, na Sabiaguaba e na Abreulândia, em Fortaleza.
Ascom Sema
Por: Secretaria do Meio Ambiente do Ceará
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