A história deste topônimo começa com os maramomis, índios da família Macro-Gê, que habitavam o Planalto Paulista. Segundo os registros, eram troncudos, muito fortes, mas de pequena estatura, o que lhes dava uma aparência um tanto distinta da dos tupis, seus inimigos (que, de modo general, eram mais esguios e um pouco mais altos). Isto motivou que os tupis lhes conferissem o apelido pejorativo de gûaru, que designa um tipo de peixe conhecido em português por barrigudinho, e cuja característica marcante é o ventre pronunciado de suas fêmeas. Quanto à partícula -lhos, ela vem do português (que foi a maneira encontrada de aportuguesar a palavra, dando-lhe a forma plural, uma vez que, em tupi, o plural é igual ao singular).

No caso, a partícula foi acrescentada ao tupi na mesma época em que os jesuítas, desenvolvendo seu trabalho de catequese, reuniram, próximo a São Paulo, justamente, um grupo de maramomis na aldeia de Nossa Senhora, dita, já então, dos Guarulhos, e a partir da qual se desenvolveria o município.

Ainda sobre a espécie do peixe que deu origem ao topônimo, registre-se, a propósito, que os guarus ou barrigudinhos são bastante paradigmáticos da região que compõe a Grande São Paulo. Por mais estranho que pareça, não raro, eles são ainda encontrados nos poluidíssimos rios Tietê e Pinheiros, que circundam a região metropolitana da capital.

Aduza-se que antes de se tornar vila, emancipada de São Paulo, como Conceição da Guarulhos, a localidade era conhecida como freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Guarulhos.

Guarulhos emancipou-se em 24 de março de 1880.

Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pg. 128.