Igarapava - SP, parabéns pelos 182 anos
A seguir a história de seu fundador, o município de Igarapava começa em 1836, quando Anselmo Ferreira de Barcelos, fugido da Franca, onde assassinara um juiz da paz, dirige-se para Uberaba, em Minas Gerais. Envolvido ainda com a política, durante uma rebelião contra as autoridades locais, em 1842, é preso e torturado. Conseguiu, entretanto, com a ajuda de um padre, Zeferino Batista do Carmo, engendrar uma fuga que redundou em estrondoso tiroteio pela cidade. Conquistada a liberdade, Anselmo decide descansar em sua pacata fazenda denominada Soledade, às margens do rio Grande, no norte do Estado. Como levara consigo seu companheiro, o tal padre Zeferino, juntos idealizaram levantar um patrimônio, do qual o eclesiástico seria o chefe espiritual.
É quando nasce o arraial de Santa Rita do Paraíso, no atual município da Franca, núcleo original de Igarapava, nome que viria a assumir só em 1907, ocasião em que se emancipou, como município. Ao pé da letra, Igarapava significa o lugar de estarem (deitadas) as canoas ou, simplesmente, porto. Neste topônimo, aparecem duas peculiaridades da língua tupi que mereceriam algumas explicações: a primeira é o verbo ub (que aparece aqui na sua forma up), que significa estar, só que o estar deitado. Mas por que estar deitado? Porque, em tupi, o importante é identificar a posição e o modo de estar.
Para os índios, fazia diferença se uma pessoa estava sentada, deitada, em pé, caminhando ou em movimento. Para eles, uma canoa, quando não está em movimento, encontra-se deitada. Outra peculiaridade interessante dessa língua e que aparece no nome da cidade, é a partícula de circunstância – (s) oba. Ela era usada quando se queria falar das circunstâncias (tempo, modo, lugar, instrumento, companhia...) ou determina-la. No caso, está se falando da circunstância do estar (deitado) das canoas (ygara).
Obviamente que não se alude a seu tempo, a seu instrumento, ou a seu modo, senão a seu lugar: o local em que estão (como se disse, deitadas) as canoas. Como de hábito, o nome foi escolhido, posteriormente, por lei estadual, e se refere a um porto de balsa existente em certo trecho, que era a única forma de se atravessar o rio Grande; e que se destinava a escoar as mercadorias entre Minas e São Paulo.
Igarapava emancipou-se em 14 de abril de 1873.
Fonte: A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squefe e Helder Perri Ferreira, 2003, pgs. 139-140.
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