Segundo a prefeitura, a presença de colonos de origem leto-lituana, ou seja, originários da Letônia e da Lituânia, teria motivado o topônimo, fato que, no entanto, não diz respeito à cidade de Odessa – a terceira em importância da atual República da Ucrânia. É que, presuntivamente, por detrás da história oficial da colonização da região, há uma outra, paralela, e que diz respeito a alguns problemas históricos da Europa Oriental.

Com efeito, nos anos de 1905 a 1906, a localidade em questão recebeu um grande número de colonos russos. Sabe-se que, em sua maioria, tinham origem judaica, já que, nesta época, não só era permitida como incentivada a saída de súditos não-cristãos do império russo. Ora, Odessa (a ucraniana) tem uma importante e conhecida comunidade judaica, o que explicaria o nome dado à localidade brasileira, em decreto de 24 de maio de 1905, pelo presidente do Estado de São Paulo, de 1904 a 1908, Jorge Tibiriçá (1904-1908), ou seja, de Núcleo Colonial de Nova Odessa.

Mas por que, então, a insistência da prefeitura em localizar colonos de origem leto-lituana numa região povoada, sobretudo, por ucranianos e que não tem nada a ver com a Letônia e a Lituânia? Talvez a história das perseguições movidas aos judeus, promovidas pelos czares russos e conhecidas como pogroms explique o fato: uma outra identidade, que não a explicitamente judaica, daria aos imigrantes a tranquilidade que eles, de certo, gostariam de ter em seu novo lar.

Trata-se, em suma, de conjecturas, mas que talvez expliquem as contradições. Quanto ao mais, antes de se emancipar em 18 de fevereiro de 1959, sempre com o mesmo nome, Nova Odessa pertenceu ao município de Americana.

Fonte: A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squefe e Helder Perri Ferreira, 2003, pg. 200.