Santo Antônio do Grama - MG, parabéns pelos 72 anos
A denominação ‘GRAMA’ é oriunda de uma clareira revestida de macia e linda grama, banhadas por riachos e águas refrescantes, que proporcionava aos forasteiros que passavam pela região, o abrigo de uma natureza mais dócil e plana e, aos seus animais, formosa pastagem de relva e bebedouro de primeira ordem. Tão fresco e provocante remanso, a contrastar com a natureza agressiva das brenhas em redor, tornou-se um caminho preferido. Grande era então o comércio que circulava nesse caminho. Trafegavam-no os muladeiros e boiadeiros, os mascates e tropeiros, que vinham das zonas de Abre Campo, Matipó, Manhuaçú, demandando de Ponte Nova, Mariana e outras localidades.
Natural era que esses caminheiros, nas suas constantes passagens, suspirassem, no isolamento das caminhadas e no silêncio das estradas, por alcançar a grama e aí arranchar. Queriam dessedentar-se e descansar, dar pastagem e água aos seus animais. Preferiam pernoitar na grama. Voava, nas asas céleres da fama, a notícia da agradável hospitalidade que o sítio oferecia. E, por essa forma, a palavra grama, entre muladeiros e boiadeiros, mascates e tropeiros, andava de boca em boca, para significar a deliciosa paragem. Daí essa toponímia ‘GRAMA’. O núcleo do povoado surgiu desses arranchamentos.
Manoel Felipe da Silva, um desses forasteiros, foi o primeiro homem civilizado que habitou a paragem. Vale-lhe, por essa razão, a dignidade de bandeirante e a glória de pioneiro e desbravador de nossas terras. Foi o primeiro ocupante, o primeiro que lançou posse nas terras da grama, nas quais residiu com morada habitual e efetiva cultura, em mansa e pacífica posse, sem oposição de pessoa alguma. Constituiu um lar, concorreu para a formação de outros, formou o núcleo, progrediu, enriqueceu, e, da sua pertinácia, da sua inteligência, resultou, na Grama, organizada propriedade agrícola. Manoel Felipe da Silva deu à sua propriedade a denominação da paragem. E, assim, nasceu a ‘FAZENDA DA GRAMA’. A denominação se estendeu a todo o lugar, mesmo fora dos limites da Fazenda.
Manoel Felipe da Silva, casado com D. Antônia Maria de Jesus, constituiu numerosa família. Enviuvando-se, em 1846, sua fazenda foi partilhada entre sua numerosa prole, em inventário procedido na Comarca de Mariana. À sombra dessa Fazenda, assim fracionada, nasceu, com um pouco mais, Santo Antônio do Grama.
Antônio Luiz de Freitas, também desbravador da região, foi, inquestionavelmente, o fundador de Santo Antônio do Grama. Ele doou o primeiro terreno para patrimônio, e lançou, nesse terreno, a primeira semente do povoado. Um pequeno trato de terras de sua propriedade agrícola, situado, mais ou menos, entre a Praça Padre Antônio Ribeiro Pinto e a esquina da antiga Casa Paroquial, hoje prédio onde funcionou o Ginásio Gramense.
Assim, pois, a 13 de junho de 1850, foram lançados os primórdios da vila que deu origem à atual cidade de Santo Antônio do Grama. Em torno dessas terras se desenvolveu a localidade e formou-se o perímetro da futura cidade. A capela de pau-a-pique, cercada de esteira de taquara e coberta de sapé, erigida no terreno que Antônio Luiz de Freitas doou para patrimônio, assinalou a fundação da localidade.
Em homenagem ao seu fundador ou ao Bispo D. Antônio Viçoso, que concedera a licença para a construção da capela, ou ainda porque, possivelmente, a licença para sua construção foi obtida no dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, o local ficou sendo conhecido como Santo Antônio do Grama, denominação que, mais tarde, passou a ser Santo Antônio do Grama.
Celebrou a primeira missa, na capela de Santo Antônio, o Padre Fortunato de Abreu e Silval. No ano seguinte, pelo correr de 1851, fez-se a primeira derrubada para ampliação da primeira rua do nascente arraial. Só pelo ano de 1836, dia de Santa Cruz, foi que se ergueu a primeira cruz, uma cruz mediana, fabricada a foices. Foi feito um limpozinho, no meio do qual hasteou-se o cruzeiro. A freguesia canônica foi instituída em 27 de novembro de 1886, tendo como primeiro vigário o Revmº Padre Cândido Sinfrônio de Castro.
Fonte: cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/santo-antonio-do-grama/historico
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