Em 1769, o sargento-mor Manoel Antônio de Carvalho, juiz das sesmarias da vila de Guaratinguetá, depois de proceder ao reconhecimento das terras da região do alto Paraíba, e atendendo às solicitações de agricultores e moradores locais, pediu licença ao governo da então Província de São Paulo para fundar um povoado próximo ao rio Paraitinga.

A localidade, escolhida, na época, ficava entre as cidades de Taubaté e Ubatuba. E tendo obtido a permissão, o arraial foi logo estabelecido. Como Manuel tinha nada menos que dois santos de sua devoção, o nome do povoado passou a ser conhecido, estranhamente, por São Luíz e Santo Antônio do Paraitinga. No entanto, seja porque fossem muitos os patronos para uma igreja só, seja porque os moradores tivessem outras devoções que não as do sargento-mor, o templo que começaria a ser construído acabou dedicado a Nossa Senhora dos Prazeres.

Os nomes dos dois santos, contudo coexistiram como topônimo do povoado, até 1773, quando o lugar foi elevado à categoria de vila (após ter pertencido, como freguesia, ao atual município de Taubaté), vindo, então, a assumir a denominação atual de, simplesmente, São Luíz do Paraitinga.

A última parte do topônimo, Paraitinga, o rio na beira do qual a cidade cresceu, compõe-se de pará – rio grande, mar; aíba – ruim, imprestável; e tinga – branco, ou seja, rio branco ruim, rio de águas claras imprestável, conceitos que não se referem à piscosidade, mas à navegabilidade do curso d’água em questão, que, de fato, é bastante encachoeirado em certos trechos.

Recorde-se, a respeito, o rio Tietê, que era também conhecido, pelos índios, como Anhembi e Mogi. Acrescente-se, ainda que na região da cidade de São Luíz de Paraitinga, o rio não tem nada de imprestável, o que não acontece com outros trechos, a montante e a jusante.

São Luiz do Paraitinga emancipou-se em 09 de janeiro de 1773.

Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pg. 268.