Para que a reinserção de materiais na economia seja uma realidade é necessário garantir que os resíduos sólidos sejam enxergados como um bem econômico e que, simultaneamente, a conscientização da população por meio de educação ambiental seja intensificada, especialmente por parte de indústrias e empresas geradoras de produtos.

A indicação foi feita pelo secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, durante um dos painéis do Circular Summit, evento on-line realizado pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) nesta quinta-feira (12/08). “A economia circular só será uma realidade quando cada um, em sua própria residência, tiver essa consciência. Cabe também esse trabalho de divulgação, como vem sendo feito no Circular Summit”.

O secretário também destacou a importância da valorização dos plásticos e dos materiais reciclados, mencionando que já existe debate a nível estadual envolvendo incentivos fiscais, alternativa para estimular a reinserção de itens. “Temos discutido isso junto à Secretaria da Fazenda (e Planejamento) para que a economia circular possa entrar de uma vez por todas dentro dessa lógica”.

O chefe da pasta estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente relembra que o debate para uma melhor gestão e gerenciamento de resíduos já é feito por meio do Comitê de Integração de Resíduos Sólidos (CIRS) da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) e que SP é pioneiro na inclusão do tema “Economia Circular”, como prevê o Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), revisado em 2020.

“A questão da destinação e do melhor aproveitamento já tratamos aqui com os prefeitos, com os consórcios e com o setor produtivo. Mas precisamos ir além, mudar desde o conceito. Chamamos o que jogamos fora de ‘lixo’, mas não é lixo. Até virar lixo tem que gerar muita renda, oportunidade de emprego e muito recurso. Só o que sobrar de tudo isso é que podemos descartar”.

Responsabilidade compartilhada

Ele ainda observou que o consumidor não pode ser o único responsável pela destinação das embalagens. “É preciso corresponsabilidade. Para que o produto chegue em determinado ponto, é necessário que o todo o setor esteja em unidade”, disse.

Quanto a isso, Penido trouxe um exemplo sobre compra de produtos por meio de troca de materiais já usados. “É preciso essa consciência e responsabilidade de que para comprar o novo precisamos devolver o ‘velho’”, como já funciona com engradado de bebidas, mas que também pode servir para o setor de eletroeletrônicos e eletrodomésticos.

Ao finalizar, o secretário enfatizou que o Governo do Estado, por meio da SIMA, está à disposição para “massificar” o debate sobre o tema.

O Circular Summit

O encontro virtual, o primeiro envolvendo a temática de Economia Circular no país, foi realizado por dois dias e teve o objetivo de inspirar líderes e empresas de diversos setores em direção a uma economia mais colaborativa e inclusiva.

Já é sabido que para se tornarem competitivos internacionalmente e para ampliarem sua capacidade comercial, mercados emergentes devem adequar toda a cadeia de valor com os conceitos de circularidade, para assim atenderem aos padrões globais de investimentos.

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