Tiros - MG, parabéns pelos 101 anos
A região onde se localiza o município era, nos primórdios, ocupada por índios das tribos Araxás, dos quais foram, não há muito, encontrados utensílios e armas numa gruta situada a apenas 6 quilômetros da atual sede. Desbravados os sertões e iniciado o trânsito para Goiás por vários caminhos, sentiram as autoridades fiscais a necessidade de unificar o tráfego, para melhor vigilância dos contrabandistas de ouro e diamantes; foi então, ordenada a abertura de um caminho que veio a passar exatamente onde é hoje o município.
Um dos empreiteiros para a construção desta célebre 'picada' para Goiás foi o capitão Antônio Fagundes de Borba, vindo de Sabará e possivelmente descendente de Borba Gato. Recebeu ele, em troca de seus trabalhos, uma sesmaria que foi marcada na área hoje ocupada pelo município; construiu sua moradia no local, mais tarde denominado Fazenda Borbas e foi assim o primeiro morador a se fixar na região.
Construído o caminho para Goiás e sertões do Paracatu, foram bloqueados os outros caminhos e instalados quartéis policiais ao longo da 'picada' principal; um destes quartéis, o que supervisionava os demais, foi localizado onde é hoje a cidade de Quartel Geral; outro, subordinado ao primeiro, foi o Quartel D'Assunção, localizado junto a um córrego nas proximidades da sede do município.
O comando do Quartel Geral foi confiado ao filho dum português radicado no Pitangui, comendador Antônio José Delgado de Morais Pessoa, cap. Antônio de Morais Pessoa. Um outro filho do comendador, Capitão-de-fragata, João de Morais Pessoa, vindo visitar um irmão no Quartel Geral, resolveu comprar uma fazenda e o fez do lado oposto do Rio Indaiá, em terrenos do hoje município de Tiros, batizando com os nomes de Fragata e nau de Guerra dois acidentes geográficos da propriedade. Outros irmãos vieram juntar-se a esses dois, constituindo a família Morais Pessoa e a dos Borbas os primeiros moradores brancos a se fixarem em definitivo na região.
O topônimo surgiu de um incidente entre garimpeiros vindos para o Rio Abeté ou para ele se dirigindo, e soldados do Quartel D'Assunção, junto a um córrego situado nas proximidades da atual sede do município. Houve escaramuça com forte tiroteio, ficando o córrego conhecido como 'ribeirão dos tiros', expressão que passou a topônimo e se estendeu a toda a região.
O núcleo onde se fixaram os primeiros moradores foi a 'vila velha', primeiramente mero pouso de tropeiros no citado caminho para Goiás e Paracatu. Muito mais tarde, em 1920, um professor local, Leôncio Ferreira, teve a ideia de transferir o povoado para um local mais apropriado, ideia que se concretizou 8 anos depois, graças ao esforço comum dos habitantes em mutirão, que fizeram a limpeza do terreno com as respectivas derrubadas, destoca, capina, limpeza etc. do local escolhido, onde foi rezada missa campal ao pé de um cruzeiro erguido no lugar exato onde mais tarde se erigiu a igreja Matriz.
Os primeiros moradores a se transferirem foram Ernesto Bomtempo, Sebastião Dias, Agenor Faria e João Cruz; era chefe do Executivo Municipal, na época da transferência da sede, José Bontempo de Oliveira.
Tiros foi, em 1942, teatro de duas batalhas entre legalista e rebeldes na célebre revolução; comandava os rebeldes locais José de Borba, filho do primeiro morador (cap. Antônio Fernandes Borba) e era comandante dos legalistas o cap. Domingos De Morais Pessoa, irmão do comandante do Quartel Geral e filho do português comendador Antônio José Delgado. Na primeira refrega, venceram os rebeldes que se apossaram do quartel da milícia; na segunda, os legalistas, reforçados por um contingente de 400 homens, vindos de Pitangui, saíram vitoriosos e levaram José de Borba prisioneiro para Pitangui.
Há, no município, um morro denominado Morro da Vigia, local onde o delegado legalista Justino Nunes da Silva, foragido quando os rebeldes dominaram, colocou um escravo a 'vigiar', enquanto não chegava o reforço pedido em Pitangui.
Tiros foi, nos primórdios de sua vida, subordinado ao Quartel Geral; mais tarde, foi distrito do município de Abaeté, sendo elevado município em 1923. Seu nome foi sempre o mesmo, com exceção de uma época em que se lhe agregou o nome de Santo Antônio, padroeiro local, o que deixou de acontecer quando de sua elevação à categoria de município.
Fonte: cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/tiros/historico
Conteúdos relacionados
Mais Acessadas
-
Concurso Público PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARGARIDA - MG - PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE INSCRIÇÕES
-
Câmaras municipais devem adotar ambiente virtual para deliberações
-
Gestores devem estar atentos ao calendário de envio das informações ao Sisab de 2020
-
Primeira parcela de recomposição do FPM será paga hoje (14/04) - veja valores por Município
Exclusivo para assinantes
Conteúdo exclusivo para assinantes, escolha uma opção abaixo para continuar:
Assine o jornal Grifon
Receba na sua caixa de e-mail as últimas notícias da área jurídica.