Em Lages, todo dia, 3 mulheres pedem medidas protetivas contra companheiros agressores
O juiz Alexandre Takaschima, titular da 2ª Vara Criminal da comarca de Lages, e a psicóloga forense Rafaela Marques Feigel foram convidados a compartilhar conhecimentos em eventos com referência ao “Agosto Lilás”, mês dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher. O magistrado esteve na Câmara de Vereadores em sessão especial e participou de uma live da comissão de combate à violência doméstica da OAB de Lages. Rafaela foi quem estreou a série de conversas on-line com os advogados.
Durante a sessão do Legislativo, o magistrado apresentou, entre outros assuntos, a preocupante estatística que trata do número de mulheres que solicitam medidas protetivas em Lages. “De 1º de janeiro deste ano até o dia 22 de agosto foram 792, uma média de três mulheres por dia que fizeram esse pedido. Temos que considerar que estas foram as que buscaram a medida, ou seja, o número de mulheres que sofrem agressões diariamente deve ser muito maior. E isso nos assusta”, avalia.
Uma das maneiras de mudar esse cenário, aponta, é fazer com que a sociedade reconheça o problema e busque alternativas para enfrentá-lo. Uma proposta apontada durante a sessão pelos convidados que integram o coletivo de enfrentamento às violências contra a mulher é tornar o projeto do grupo reflexivo de homens autores de violência doméstica um programa municipal. Na live da OAB, o magistrado respondeu alguns questionamentos relacionados à participação dos homens na prevenção e enfrentamento da violência doméstica. Já na conversa com a psicóloga Rafaela Marques Feigel, o assunto foi o depoimento especial. Ela iniciou o procedimento do depoimento especial na comarca de Lages em 2018, como entrevistadora. Atualmente, a servidora também é instrutora em cursos sobre o tema.
Durante a live na rede social, Rafaela explicou sobre a diferença entre o depoimento especial e a escuta especializada, a importância de fazer uma abordagem respeitosa com crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência doméstica e o modelo de protocolo utilizado na comarca. Em Lages, dados apontam a violência sexual como a forma de agressão mais frequente em depoimentos especiais. Nesses casos, a maioria das pessoas ouvidas é do gênero feminino.?
Por: Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
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