TJRJ - 17 de Abril
Encontro debate autismo e amplia compreensão do transtorno
Jovens presentes no evento exibem sua arte no hall do auditório
A desembargadora Regina Lucia Passos, presidente da Comai, abriu a palestra que levou dezenas de pessoas ao Auditório Nelson Ribeiro Alves
A Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (Comai) do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em parceria com a Secretaria Geral de Sustentabilidade e Responsabilidade Social (SGSUS), convocou a plateia à luta pelos direitos e inclusão de pessoas com autismo nesta quarta-feira (16/4), em palestra na sede do Judiciário fluminense. Na abertura do evento, no Auditório Nelson Ribeiro Alves, a desembargadora Regina Lucia Passos, presidente da Comai, enfatizou que é preciso olhar em volta, perceber as diferentes necessidades de cada um e unificar a luta pela inclusão das pessoas com o Transtorno de Espectro Autista (TEA) – condição neurológica que afeta a comunicação, interação social e o comportamento em diferentes níveis.
“O grito ‘Nada sobre nós sem nós’ é atual e precisa ser generalizado. Se tornar o grito de cada um, assim como a luta contra o anticapacistismo, pela inclusão e acessibilidade de diversos ângulos. Se olharmos a nossa volta, vamos perceber que as necessidades são diferentes para cada pessoa”, destacou a desembargadora, antes de passar a palavra para Marcia Fayad, diretora da Divisão de Ação Social e Acessibilidade (DISSO) e membro da SGSUS.
Marcia afirmou que é preciso trabalhar para que haja mais inclusão e menos retrocessos na sociedade. “Estamos juntas nessa luta diária. Não podemos continuar a assistir pessoas com capacidade sendo segregadas da sociedade sem fazer nada diante do sofrimento delas. Não podemos reduzir as pessoas por um transtorno que hoje sabemos ser uma condição neurológica. São crianças que enfrentam muitas dificuldades na interação social, mas estão no mesmo mundo que nós. Então, vamos meter o pé na porta e ajudá-las a conquistar direitos, que são comuns a todos, até avançar!”.
A arte como instrumento de inclusão
Maria Isabel e Thor participaram do encontro e exibiram seus trabalhos artísticos no hall de entrada do auditório
No hall de entrada no auditório, Maria Isabel Dias da Cruz e Thor Kopperud mostraram suas habilidades artísticas e contaram como pintar, tocar violão e fazer miniaturas em biscuit ajudam a acalmar, nos momentos de ansiedade, e a expressar seus sentimentos.
“Eu comecei a modelar massinhas e pouco tempo depois passei a fazer os biscuits, que vendo no meu Instagram ‘Kopperud Sweet Art.’ Hoje também toco violão e meus músicos favoritos são Abba e Phil Collins. A arte me faz mais feliz, me traz concentração e ajuda a baixar minha ansiedade”, explicou Thor, que tem 27 anos e começou suas atividades artísticas aos oito.
Maria Isabel, que expôs algumas telas pintadas à guache - uma delas vendida para a desembargadora Regina Passos - , contou que a pintura lhe ajuda a expressar sentimentos e a deixa mais tranquila. A jovem, de 27 anos, é formada em Jornalismo e anfitriã do aplicativo de locação Airbnb, o que demonstra que existe um mercado de trabalho para pessoas com autismo.
Claudia Brogno, representante da SGSUS, convidou as famílias atípicas para a rede de apoio do Tribunal, em verso de sua autoria: “Famílias atípicas venham, somos rede, somos chão, um círculo de empatia, feito de afeto e conexão.”
Participaram da palestra a desembargadora Regina Lucia Passos, presidente da Comai; a juíza Claudia Marcia Vidal, integrante da comissão; Marcia Andresa Belsito e Roberta Oliveira da Silva Tassi, psicóloga e médica pediátrica da Amil; Antoniel Bastos, presidente da Rede Incluir, Viviane Goes, pedagoga da Rede Privada de Educação, entre outros.
MF/FS
Fotos: Felipe Cavalcanti
Por: Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro