Júri definirá futuro de homem acusado de assassinar esposa na comarca de Blumenau
Um crime que chocou Blumenau em outubro de 2019 promete ter um desfecho nesta quarta-feira (14/7). A partir das 9h, quem enfrentará o Tribunal do Júri é um homem acusado do assassinato da própria companheira, com quem mantinha um relacionamento há três anos. A acusação é de feminicídio, com agravantes de motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.
Conforme as argumentações do Ministério Público no processo, “valendo-se da relação íntima de afeto e de domínio emocional, o imputado, paulatinamente, revelou-se um parceiro extremamente opressor e cruel”. Antes de consumar o assassinato, ele já teria ateado fogo à casa da vítima, promovido agressões e ameaçado matá-la. O crime teria sido motivado justamente porque ela queria encerrar o relacionamento e já tinha denunciado o companheiro por violência doméstica e ameaças.
O corpo da vítima foi encontrado no dia 18 de outubro, em avançado estado de putrefação, quando vizinhos começaram a sentir um cheiro forte vindo da casa dela e acionaram a Polícia Militar. Ela foi morta a facadas, como explica o processo: “O crime foi praticado mediante asfixia mecânica e com recurso que dificultou a defesa da ofendida, uma vez que o imputado, estruturalmente mais forte que a vítima, de posse de uma arma branca, abordou-a com golpes no pescoço, sem que ela pudesse esboçar reação.”
Ainda consta dos autos que "o delito foi cometido contra a mulher por razões da condição do sexo feminino, pois o denunciado praticou o crime em um contexto de violência doméstica e familiar, visto que (a vítima) era sua esposa e ele se valeu da relação íntima de afeto que mantinha com ela para consumar a ação criminosa". Após o crime, o réu fugiu para o Rio Grande do Sul, onde foi preso dias depois.
A sessão do Tribunal do Júri será presidida pelo juiz Eduardo Passold Reis, da 1ª Vara Criminal. A acusação será promovida pelo promotor de Justiça Odair Tramontin; e a defesa, pelo defensor público Arthur Herman Calabria Lundgren de Albuquerque. A previsão é de que o julgamento só termine à noite. A sessão é fechada em respeito às normas impostas por causa da pandemia de Covid-19 e não poderá ser acompanhada pelo público externo, inclusive familiares da vítima, do réu ou imprensa (Processo n. 5014115-10.2019.8.24.0008/SC).
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)
Por: Tribunal de Justiça de Santa Catarina
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