Júri popular para homem acusado por tentativa de feminicídio no oeste do Estado
A comarca de Concórdia realizará, na próxima terça-feira (27/7), sessão do Tribunal do Júri para julgar um homem acusado de tentativa de feminicídio contra sua ex-companheira, após desferir-lhe 23 facadas. Inconformado com o fim do relacionamento, o ex-marido aguardou que a mulher deixasse um restaurante no centro da cidade, pouco depois das 22 horas do dia 4 de fevereiro do ano passado, para atacá-la na rua com uma faca de churrasco.
Com ferimentos na cabeça, costas, seios, abdômen e braços, ela ficou 18 dias internada em hospital, sete deles em coma, passou por três cirurgias e até hoje sofre com debilidade permanente na mão direita. O acusado está preso desde então e o julgamento, no próximo dia 27, terá início às 9h.
Infelizmente, a história dessa concordiense não é fato raro. Um estudo recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que uma em cada quatro mulheres sofreu algum tipo de violência no último ano. Essa triste realidade motivou a vítima do Oeste a fundar uma associação para ajudar outras mulheres a enfrentar e se livrar da situação.
“A ideia é fazer eventos e palestras motivacionais, apoio entre mulheres, ajudar, entender, ouvi-las, encorajá-las, aplicar capacitação, treinamentos voltados à parte financeira. Temos advogada para orientações, palestras em escolas”, conta. Em função da pandemia de Covid-19, os atendimentos têm acontecido virtualmente pelo WhatsApp (49) 9 9999 1349. A vítima lembra que o apoio de terceiros poderia ter dado outro rumo a sua história. A mulher, de profissão contadora, hoje vive com a família em cidade do litoral catarinense.
Sinal vermelho
A partir de experiências na França, na Espanha e na Índia, um grupo de trabalho criado pelo Conselho Nacional de Justiça idealizou uma campanha que tem por objetivo oferecer um canal silencioso de denúncia à vítima que, de seu domicílio, não consegue informar as autoridades sobre a violência sofrida.
Em uma farmácia ou drogaria previamente cadastrada na campanha, basta mostrar a palma da mão ou um pedaço de papel, o que for mais fácil, com um “X” vermelho que pode ser feito com batom ou qualquer outro material. O farmacêutico ou atendente treinado aciona a polícia. A escolha desse tipo de estabelecimento se deu porque permanece aberto mesmo em caso de rigoroso confinamento (lockdown) e fechamento do comércio por conta da pandemia.
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)
Por: Tribunal de Justiça de Santa Catarina
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